Terry Marcos Dourado - ABD Comunicação
Com informações do Diário da Manhã
A Polícia Civil convocou seis pessoas para depor nesta quarta-feira, 24, na Delegacia de Caçu sobre o caso da suspeita de sabotagem no avião bimotor Sêneca que transportava o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM). Todos são moradores ou estavam próximos ao aeroporto onde ocorreu a ação criminosa na última segunda-feira (21). A suspeita principal continua sendo a de que o ato tenha sido um recado de políticos adversários que estariam insatisfeitos com a atuação do parlamentar na região.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Pereira, as testemunhas não podem ser identificadas para evitar qualquer tipo de retaliação ou ameaças. “A probabilidade delas terem visto algo é grande”. Apesar da informação não ter sido confirmada pelo delegado, um catador de lixo que estava no aterro sanitário ao lado do aeroporto pode identificar um suspeito que se aproximou da aeronave enquanto ela estava sozinha. O avião que transportava o deputado Ronaldo Caiado aterrisou em Caçú porque o parlamentar iria participar de evento político na vizinha cidade de Itarumã, e que não possui pista de pouso de aeronaves.
A Polícia Técnico-Científica de Jataí está desde a terça-feira, 23, em Caçu, realizando uma detalhada perícia no avião bimotor, de propriedade da empresa Sete Linhas Aéreas. O delegado afirmou que espera ter condições de informar, já nesta quinta-feira, 25, a data em que será possível divulgar o resultado das investigações. A Sete Linhas Aéreas enviou um caminhão a Caçú para transportar as peças da aeronave que, após ser desmontada, foi conduzida ao hangar da empresa, em Goiânia. A reportagem do Diário da Manhã conseguiu flagrar o momento em que mecânicos trabalhavam na recuperação do avião.
Rodrigo Pereira disse que a Sete Linhas Aéreas se comprometeu em lhe enviar um relatório sobre as condições da aeronave. Enquanto isso, representantes da empresa ligaram para o deputado Ronaldo Caiado e evitaram comentar sobre a ação. Eles chegaram a afirmar que o ocorrido pode ter sido apenas um desgaste de uma peça do avião, informação que contradiz à conclusão preliminar da polícia civil, que atestou sinais claros de alterações criminosas nas asas, no tanque de combustível e no trem de pouso. “Foi crime, e precisa ser esclarecido”, opinou Caiado.
O próprio delegado disse ao Diário da Manhã que “havia, sim, danos em pontos estratégicos do avião, capazes de derrubá-lo.” “Há óleo na porta dos passageiros e visíveis alterações no painel de controle, que denunciavam o ataque e impediriam o vôo logo que os pilotos fizessem o teste de rotina. Até agora, parece um aviso, algo de alguém que queria intimidá-lo”, apostou Rodrigo.
Em razão da gravidade dos danos causados à aeronave, o delegado não acredita na possibilidade de crianças ou catadores de papel terem causado os danos. “Há alterações nas valetas do trem de pouso e nos reservatórios. Se fossem crianças, é de se imaginar que não seriam danos tão profundos e específicos. Até agora, tudo indica que foram feitos por alguém que compreende de aviação ou tenha recebido instruções para isto”. Na hora do incidente, nenhuma outra aeronave estava na pista. O aeroporto de Caçú não possui cercas ou guarita de segurança. O secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller, garantiu ao deputado que todas as providências estão sendo tomadas pela polícia e que o fato será esclarecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário