Terry Marcos Dourado - ABD Comunicação
"O procurador da República Raphael Perissé reiterou o pedido de decretação de indisponibilidade dos bens do ex-prefeito de Jataí, Humberto de Freitas Machado (PMDB). A ação corre na vara da Justiça Federal de Rio Verde com base em irregularidades na execução de um convênio assinado pelo município de Jataí com o Ministério da Saúde quando Humberto ocupava a prefeitura.
Segundo a Controladoria Geral da União, a cidade, durante a gestão de Humberto Machado, recebeu alguns milhões de reais em convênios, projetos especiais e contratos para serem aplicados em áreas específicas. O relatório gerencial produzido por essa auditagem foi encaminhado ao TCU, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás.
O convênio rejeitado pela CGU foi devassado pelos técnicos que fizeram a auditoria. Além de inspecionarem todas as instalações eles entrevistaram profissionais da saúde que trabalham no local e a comprovação de irregularidades ficou patente.
O Convênio – Segundo dados disponíveis no site da CGU o convênio 471158 teve início em dezembro de 2002 e tinha vigência até outubro de 2004. O valor total do convênio foi de 400 mil reais que seriam destinados a "ampliação e reforma de unidade de saúde". A obra escolhida pela prefeitura foi do Programa de Saúde da Família (PSF) no Setor Rio Claro, em Jataí, com área total construída de 1.606 metros quadrados. O Ministério da Saúde liberaria 360 mil reais e a contrapartida da prefeitura ficou em 40 mil reais. A última parcela liberada foi de 180 mil reais em 31 de dezembro de 2003, um ano depois de iniciada a reforma e ampliação do posto de saúde.
A forma como foram gastos os recursos e a maneira escolhida pelo prefeito para fazer a obra passariam despercebidos se não fosse a minuciosa auditoria dos técnicos da Controladoria-Geral da União. Tudo o que estipula a Lei de Licitações e Contratos foi atropelado pelo prefeito Humberto de Freitas Machado.
O então prefeito afirmou que as obras foram realizadas por administração direta, como ficou descrito no "Relatório de Verificação" de fevereiro de 2005, feito pela Divisão de Convênios e Gestão do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde. "Administração direta", como o termo indica, significa que a obra ou serviço é executado pela própria administração ou pelos próprios meios. Sem se dar conta de que a informação prestada seria colocada no relatório de forma oficial o ex-prefeito não atinou para o fato de que seria apanhado no contrapé, prestando informações inverídicas e incorrendo em contradição.
No processo consta que o gestor municipal realizou 25 licitações na modalidade carta-convite, 24 dispensas de licitação para a contratação de serviços e aquisição de insumos em 25 empresas distintas e, ainda, uma inexigibilidade para a compra de concreto usinado, tudo burlando a Lei de Licitações e Contratos.
Para a CGU ficou patente que houve "fracionamento de despesas". Somente para contratação de mão-de-obra foram gastos 254 mil reais, o que exige a realização de licitação na modalidade tomada de preços e não carta-convite, como foi feito.
Assim, o prefeito Humberto Machado foi gastando o dinheiro que o Ministério da Saúde lhe mandava para a obra, dizendo que faria "execução direta", enquanto dividia a construção com uma série de empreiteiros.
Omissão — A forma de administrar do ex-prefeito Humberto Machado despertou suspeitas nos técnicos da CGU de que ou a obra não seguiu o curso descrito nos documentos contábeis ou houve omissão da verdade de forma deliberada. O prefeito firmou o convênio dizendo que gastaria os 400 mil reais pactuados, já com a contrapartida de 10 por cento da prefeitura. Entretanto o custo total da obra ficou em 692.197,45 reais, limite que excede as modalidades de licitações aplicadas, caracterizando mais uma vez o fracionamento das despesas.
Os formulários e documentos das cartas-convite, dispensas e inexigibilidades de licitação apresentam erros grosseiros, como falta de assinaturas, em processo que instrua o procedimento e até erros crassos de datas.
Em outra obra o prefeito Humberto Machado abusou da sorte em tentar passar uma maquiagem e considerar que não seria descoberta. Humberto fez mais: revelou seu desapreço pelo meio ambiente, mesma índole para com as licitações legais. A implantação do PSF na Avenida Goiás também superou o gasto previsto e informou em um croqui que a obra ficaria a 30 metros da margem do Córrego do Açude, visando a formalização do convênio.
Pois os técnicos foram até o local e descobriram que se trata de uma Área de Preservação Permanente e que a obra fica a 14 metros da margem, completamente proibida a construção. Se a própria prefeitura constrói em local proibida por lei federal como irá fiscalizar particulares que depredam o meio ambiente, é a pergunta que os técnicos fizeram.
O Tribunal de Contas da União anunciou na última semana que divulgará em breve a lista de gestores que tiveram suas contas julgadas irregulares. A lista foi entregue na última quinta-feira, 26, ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres de Britto. A lei de inelegibilidades vale até por cinco anos." (Fonte: Site Imagem Goiás)
Tudo não passa de mentiras para
tentar enganar o eleitor, diz Humberto
Primeiro, um esclarecimento. O TCU já divulgou a lista de cidadãos inelegíveis que a ABD Comunicação já publicou, aqui no blog, com exclusividade, na quinta-feira, 26 de junho (veja a lista em nosso arquivo). Em nossa região, o Sudoeste Goiano, apenas os ex-prefeitos Semi de Assis, de Perolândia; e Osório Leão Santa Cruz, de Rio Verde, estão inscritos na lista.
Ao tomarmos conhecimento da matéria publicada pelo Imagem Goiás, na internet, entramos em contato, pelo celular, com o ex-prefeito Humberto Machado (PMDB), candidato do partido nestas eleições. Humberto, que cumpre agenda de compromissos em Goiânia, nos informou estar muito tranquilo e garantiu que tudo isso não passa de informações mentirosas na tentativa de enganar o eleitor.
O ex-prefeito nos repassou um documento oficial expedido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), uma Certidão Negativa, comprovando que não existe nenhum julgamento ou sentença judicial emitida contra ele. (Clique sobre o documento ao lado para vê-lo em tamanho grande).
"Eu fui prefeito de Jataí por oito anos e não houve nenhum processo do Ministério Público contra a nossa administração, nem na Câmara de Vereadores houve a proposta de abertura de alguma CPI (na verdade, Comissão Especial de Inquérito – CEI). No TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) e no TCE (Tribunal de Contas do Estado) tivemos todas as nossas prestações de contas aprovadas. No TCU (Tribunal de Contas da União), nós temos algumas prestações de contas que ainda não foram julgadas por questões de pauta, datas e prazos legais para serem julgadas, portanto não há nenhuma condenação contra a minha pessoa ou contra as minhas administrações. Com isso, o fato de meu nome estar despontando como um candidato com reais chances de vencer a eleição municipal, é óbvio que os adversários vão falar isso para tentar confundir os eleitores, vão tentar fazer com que os eleitores tenham uma imagem errada a respeito da minha pessoa e das minhas administrações. A lei é muito clara. Para alguém não ser candidato, tem que ter havido uma condenação e o processo transitado em julgado, o que não é o meu caso, pois não fui condenado. (...) Todas as nossas obras e as compras das minhas duas gestões de prefeito foram feitas com muita honestidade. E eu estou muito tranqüilo porque estes boatos maldosos são coisas corriqueiras de campanha eleitoral. Daqui a pouco, ninguém vai mais falar neste assunto" - afirmou Humberto Machado.
O atual preveitável do PMDB ratificou não estar, no momento, respondendo nenhum processo judicial por improbidade administrativa. "Não respondo a nenhum processo desse tipo, a não ser a atual administração (do prefeito Fernando Peres, PR), que entrou com uma ação contra mim no Judiciário, aqui de Jataí, por questões políticas, para tentar criar a minha inelegibilidade, mas o Judiciário não acatou essas denúncias porque elas são improcedentes" - garantiu.
Ao ser questionado sobre a que se referem tais denúncias, Humberto explicou: "São denúncias com relação ao mini-hospital da Avenida Goiás, cuja obra ainda está paralisada. Tem também a questão da construção do auditório do Centro Cultural, ao lado do Estádio Arapucão, obra que também continua paralisada. Todas as obras que são construídas com recursos federais passam por auditorias e, normalmente, sempre se encontra algum erro de formalidade. Nestas obras, não existem erros por desonestidade ou corrupção. Tenho certeza de que as nossas prestações de contas vão ser aprovadas assim que elas entrarem na pauta no TCU. Estou tranqüilo com relação a isso, pois todas as explicações exigidas pelo TCU, nós as apresentamos. Não existe e nunca existiu nenhuma condenação contra mim."
A íntegra da entrevista exclusiva que Humberto de Freitas Machado concedeu à ABD Comunicação você verá, em breve, aqui no blog.
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