Até aqui, nestes dois anos e dois meses de mandato, a Administração Fernando Henrique Peres (PR) não conseguiu cumprir seus principais compromissos de campanha. Além da vergonhosa buraqueira que toma conta da cidade, em todos os bairros, a fraquíssima "força" política da cidade perdeu mais um "ponto pra sapo", na boa gíria popular, ao assistir, em ala vip, o franco progresso da vizinha cidade de Mineiros.
Há alguns anos, os jataienses amargavam a implantação do mega complexo industrial da Perdigão em Rio verde com seus positivos reflexos econômicos. Durante anos, a classe política de Jataí foi um "xororô" e, nas campanhas políticas, o povo pôde testemunhar uma apontaria de culpados pelo fracasso das autoridades da "Cidade Abelha" em não conseguir trazer, sequer, uma indústria de peso para a cidade. A enorme inveja à força política de Rio Verde, sempre foi explícita.
No último pleito eleitoral, políticos do chamado "Tempo Novo" na intenção de tomar o poder há mais de 20 anos sob o domínio do PMDB em Jataí, aliaram-se à coligação do então prefeitável Fernando Henrique Peres (à época, do PL) e prometeram - junto com Peres - trazer a Perdigão para Jataí. O povo confiou e votou. Mas, meses depois, a frustração. A Perdigão chegou, sim, mas para Mineiros! E, das duas, uma. Ou o prefeito Fernando Peres e seus "discípulos" mentiram para angariar votos do povo, ou a atual "força política" jataiense, é insuficiente, raquítica e, não passa de uma metáfora.
Em entrevista à Agência Eldorado na sexta-feira, 23, o prefeito Fernando Peres disse que conversou com o presidente da Perdigão, Nildemar Secches e, este, prometeu investir na unidade da empresa em Jataí, ainda neste ano, dando início à tão prometida (e, até agora, não cumprida) geração de empregos. Peres afirma estar confiante na garantia do presidente da Perdigão.
Mas, a revista periódica Perdigão Hoje, editada e publicada pela multinacional alimentícia, afirma que o próximo passo da empresa, pós-ativação do complexo industrial de Mineiros, é a criação de um novo pólo no Centro Oeste Brasileiro, desta feita em Mato Grosso onde, nos próximos anos, segundo a empresa, estão previstos investimentos da ordem de R$ 100 milhões para a ampliação do Parque Agroindustrial de Nova Mutum (MT), adquirido em 2006.
No que se refere à Jataí, a revista apenas menciona que "para reforçar a aposta" (da Perdigão) no Centro Oeste do Brasil, "a empresa adquiriu o Incubatório Paraíso, uma granja de matrizes" - mencionou o periídico, acrescentando que, além disso, a Perdigão incorporou o sistema de produtores integrados para operar, via acordo com a Gale Agroindustrial, uma unidade de abate e processamento de aves no município. Ok. Mas, e as centenas de empregos? Onde estão?
O mais certo, deixando de lado as prosódias políticas na intenção de ficar "bem na foto" e de fazer média com o povo, é que não tardará para Jataí ser "a nova Aparecida de Goiânia de Goiás", uma cidade-dormitório (por estar situada entre pólos industriais e empresariais) e, por causa disso, onde se registram altos índices migratórios e, por conseqüência, de violência.
Em síntese, a novela "Perdigão em Jataí" não passa de um presente de grego. O tempo dirá.
Terry Marcos Dourado
Fotos/Legendas:
1) Presidente Lula (ao centro), governador Alcides Rodrigues (esquerda) e presidente da Perdigão, Nildemar Secches (a direita) inauguraram, dia 20, o complexo da Perdigão em Mineiros. (Wagnas Cabral/Agecom)
2) Fernando Henrique Peres, prefeito de Jataí. Até agora não conseguiu cumprir a promessa de implantar uma unidade da Perdigão no município. (Terry Marcos Dourado/Agência Eldorado)
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