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23 de set. de 2008

Avião de Ronaldo Caiado sofre tentativa de sabotagem em Caçu; ação pode ter sido encomendada pelo narcotráfico

Terry Marcos Dourado - ABD Comunicação
Com informações do Diário da Manhã
A Polícia Civil de Caçú, no Sudoeste de Goiás, investiga uma suposta sabotagem contra o avião do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM). O aeroplano fazia escala em Caçu antes de voar até Serranópolis, na mesma região. Depois de aterrissar em Caçú, o deputado e os dois pilotos deixaram o avião para almoçar. Ao retornar, cerca de duas horas depois, constaram avarias no trem de pouso, óleo na porta de entrada dos passageiros, alterações no tanque de combustível e, ao checarem a temperatura dos motores, notaram superaquecimento na turbina do lado direito.
Os supostos sabotadores teriam colocado areia no tanque do bimotor modelo Sêneca alugado junto à empresa Sete Táxi Aéreo. Os pilotos suspenderam o vôo e o deputado telefonou ao secretário estadual de Segurança Pública, Ernesto Roller, denunciando o fato. Imediatamente, o secretário determinou à polícia o início das investigações para encontrar e punir quem cometeu as avarias.
Falando à imprensa, o deputado Ronaldo Caiado acredita que ato foi criminoso. “As evidências são claras: o responsável pelo crime conhece de aviação e sabia que eu viajava naquele avião. Estou perplexo. Fazemos um esforço sobre-humano para viajar até os municípios e sofro um atentado desta magnitude”, disse.
Ronaldo Caiado registrou a ocorrência na Delegacia da Polícia Civil de Caçú. Os dois pilotos que acompanhavam o parlamentar devem prestar depoimentos ainda nesta terça-feira, 23. Ontem, no final do dia, o deputado federal seguiu de carro até Cachoeira Alta, para participar de reuniões políticas com aliados, e cancelou a visita que faria a Serranópolis. Peritos devem analisar hoje os danos causados à aeronave e mecânicos da Sete Táxi Aéreo serão enviados para repor peças ou desmontar a aeronave, uma vez que é impossível voar com a mesma até Goiânia. Caiado pretende retornar de automóvel à Capital.
O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Pereira, também acredita em tentativa de sabotagem, e supõe que o crime foi uma espécie de “aviso” ao deputado. “Havia sim danos em pontos estratégicos do avião, capazes de derrubá-lo. Há óleo na porta dos passageiros e visíveis alterações no painel de controle, que denunciavam o ataque e impediriam o vôo logo que os pilotos fizessem o teste de rotina. Até agora, parece um aviso, algo de alguém que queria intimidá-lo” – ressaltou Pereira.
O delegado Rodrigo Pereira confirmou que a atuação de narcotraficantes na região é grande, mas prefere adiantar as investigações para poder opinar sobre a responsabilidade da ação criminosa. Já os policiais militares que foram ao aeroporto dizem que são grandes as chances da sabotagem ter sido uma resposta à atuação de Caiado contra as drogas. Como o policiamento na região é limitado e faltam recursos, muitos agentes preferiram ficar no anonimato.
Caiado desceu em Caçu para participar de um evento político em Itarumã, cidade vizinha. O parlamentar goiano garante que não vai se intimidar e continuará a atuar e a cobrar ações contra o narcotráfico. "Goiás sozinho não consegue combater o tráfico. O governo federal fechou os olhos para o nosso Estado", reclamou.
O delegado informou que ainda nesta terça-feira começa a ouvir os depoimentos, a começar pelos pilotos do avião e, na seqüência, os moradores próximos à área. “Fomos até três casas que ficam a 150 metros da pista e todos disseram que não viram nada. Vamos ouvir os pilotos para constatar também se pontos danificados não poderiam ser causados por outros motivos e esperar que a perícia mostre como foram feitas as avarias.” O delegado adiantou à imprensa que não há indícios que possam identificar os supostos criminosos. “Não há pegadas na pista, não há digitais visíveis ou qualquer objeto que possa nos auxiliar na investigação.”
Em função da gravidade dos danos, o delegado não trabalha com a possibilidade de serem causados por crianças ou catadores de papel. Próximo à pista, há um aterro sanitário. “Há alterações nas valetas do trem de pouso e nos reservatórios. Se fossem crianças, é de se imaginar que não seriam danos tão profundos e específicos. Até agora, tudo indica que foram feitos por alguém que entende de aviação ou tenha recebido instruções para isto.” Na hora do incidente, nenhuma outra aeronave estava na pista. O aeroporto de Caçu não possui cercas ou guarita de segurança.
Nesta terça-feira à noite, o deputado Ronaldo Caiado e o senador Demóstenes Torres (DEM) participam do comício do prefeitável Humberto Machado (PMDB), em em Jataí. Em seguida, os dois viajam até Mineiros, onde participam do comício do também candidato do PMDB à prefeitura, Agenor Rezende.

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