Prefeito Fernando Peres: "Eu não quero um vereador da situação na Presidência da Câmara, não"

Terry Marcos Dourado - ABD Comunicação

Produção: Giulliano Dourado

Jataí, GO - Em meados de setembro do ano passado, a Administração Fernando Henrique Peres foi denunciada ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas dos Municípios, também à Polícia Federal e à Polícia Civil por vários indícios de problemas administrativos e supostas práticas de improbidades administrativas.Os autores das denúncias foram os vereadores Ediglan Maia (PSDB) e Gênio Eurípedes de Assis (PMDB).

Nesta sexta-feira, 7, ao ser questionado se estaria assustado ou incomodado com as atitudes do vereador Ediglan da Silva Maia (PSDB) que, juntamente com o colega Gênio Eurípedes de Assis (PMDB) foram os autores das denúncias, o prefeito jataiense Fernando “da Folha” Peres (PR), assim respondeu: “Em hipótese alguma. Eu preocupo em trabalhar, enquanto ele (Ediglan Maia) se preocupa com outras coisas. Não estou assustado até porque a minha consciência é tranqüila de todos os meus atos, e hoje a população de Jataí já está percebendo quem é quem e o que as pessoas pretendem para Jataí; se tem interesse coletivo ou pessoal; se tem rancor, mágoa ou se tem vontade de servir” – disse.

O prefeito disse que nos últimos dias os seus telefones não param de tocar. “São pessoas me dizendo que, graças a Deus, a paz está sendo restabelecida no município. Graças a Deus, as coisas estão acontecendo como o povo espera” – disse. Ao comentar as demandas políticas internas na Câmara Municipal de Jataí, Fernando Peres afirmou que “é público e notório que, em apenas dois dias, a paz, a serenidade, a seriedade está reinando lá na Câmara Municipal, nas mãos do doutor Cidão. Então não foi por acaso que isto aconteceu. Eu respeito aquele poder, mas sempre digo que prefiro que esteja uma pessoa lá (na Presidência do Legislativo) que queira trabalhar em conjunto pela cidade. E isso está acontecendo nesse momento” – alfinetou.

Recentemente, o vereador peemedebista Gênio Eurípedes de Assis disse que o prefeito Fernando Peres chegou a ter o apoio de nove vereadores, no início de sua administração em 2005, mas por falta de coordenação política, não conseguiu manter este apoio até os dias atuais. Peres comentou as declarações do vereador. “O vereador Gênio é uma pessoa muito sábia, inteligente, tem o seu trabalho prestado, porém, eu perdi não foi por isso não. Eu perdi porque não consegui atender os interesses pessoais de alguns vereadores. Infelizmente, a minha conduta é esta. Eu prefiro perder na política com dignidade, a entrar no jogo de uma série de pessoas que estão em nossa volta. Estou muito tranqüilo” – disse.

Ainda sobre este assunto, o prefeito ratificou nada ter contra à pessoa de Gênio Eurípedes. “Se ele acha que faltou esta coordenação (político-administrativa), eu respeito a opinião dele. Na vida é assim, a gente ganha, a gente perde. Eu perdi muito apoio em relação à eleição passada, mas em contrapartida o que eu tenho recebido de apoio de famílias tradicionais, de empresários em Jataí é uma coisa absurda e eu estou muito contente” – ressaltou Fernando.

Ao comentar a decisão do juiz titular da Segunda Vara Cível da Comarca de Jataí, João César Guaspari Papaleo, que pela segunda vez destituiu o vereador Ediglan da Silva Maia (PSDB) da Presidência do Legislativo Jataiense, o prefeito assim comentou: “A palavra já diz tudo. Justiça. Então a justiça foi feita e a paz foi restabelecida. Ali (na Câmara Municipal), tudo que aconteceu foi de uma forma absurda. Os princípios morais e legais foram deixados de lado” – criticou Peres.

O prefeito jataiense não poupou e fez críticas ásperas ao vereador Ediglan Maia, indiretamente chamando-o de ditador. “O vereador Ediglan Maia estava se colocando acima de tudo e de todos, acima de promotor de Justiça, acima de juiz, acima de prefeito, acima da Polícia Federal, acima da Polícia Civil, acima de todos. E não é por ai. O exemplo é que a Justiça acabou prevalecendo. Ali (na Câmara Municipal) aconteceu a lógica. Aconteceu a confirmação dos princípios morais e éticos. A seriedade com que o vereador Cidão (Alcides Peregrino Fazolino, PTB, líder do prefeito no Legislativo Jataiense) está conduzindo o Parlamento, é isso que o povo quer, paz, serenidade e que as pessoas caminhem juntos” – ironizou o prefeito.

E Peres continuou seu desabafo político direcionado ao seu maior rival político do momento, o vereador Ediglan Maia. “O que se via ali (na Câmara de Vereadores, sob o comando de Ediglan) era uma vontade de vingança, uma mágoa, um rancor e eu não sei o porque disso. Eu não tenho dúvidas de que, agora, os vereadores da situação possam montar uma chapa e concorrer à eleição. Os próprios vereadores, não vou generalizar, mas começaram a perceber que o que vinha ocorrendo era uma grande farsa, uma grande jogada, uma grande mentira. Tenho certeza de que alguns vereadores estão repensando tudo isso” – alfinetou.

Prefeito não fala em André, e diz que gostaria de ver João Wesley, Geovaci ou Adilson na Presidência da Câmara em 2008

Por mais que negue, é público e notório a ambição do vereador André Pires do Nascimento (PR) em assumir, a qualquer preço, a cadeira-mor do Parlamento Jataiense. Ele é o autor do processo judicial, mais precisamente um Mandado de Segurança que, nos últimos meses, tumultuou, colocou o Legislativo Jataiense literalmente “de pernas pro ar”. E, nesta sexta-feira, 7, ao comentar as brigas internas na Câmara Municipal de Jataí, o prefeito Fernando Peres (PR), sequer mencionou que gostaria de ver seu defensor, o vereador André Pires, na Presidência. O prefeito fez muitos elogios ao trio de ex-presidentes que, no momento, pertencem ao bloco de oposição a ele no Parlamento: Geovaci Peres e Adilson de Carvalho, ambos do PMDB; e João Wesley Moura, do PP.

“Eu não quero um vereador da situação na Presidência da Câmara, não. Quero, sim, um vereador do bem lá na Presidência. Hoje, acho que o vereador Geovaci (Peres, PMDB) pode ser o presidente da Câmara. O vereador Adilson de Carvalho (PMDB), um ótimo vereador, pode ser o presidente da Câmara. Eu não estou tomando frente nas articulações, mas acabo discutindo este assunto porque temos os nossos vereadores da base. O próprio vereador João Wesley (Moura, PP), que foi presidente e fez um trabalho sério, pode ser o presidente” – disse Fernando Peres.

O prefeito insistiu em sua preferência ao ratificar que quer na Presidência do Legislativo Jataiense um vereador em sintonia com sua “linguagem”. “Eu quero é um vereador que caminhe pelo lado do bem, um vereador que possa falar a mesma linguagem. Agora, um cara (aqui, se referindo ao vereador Ediglan Maia) querer pegar o poder só para bater no outro, só para trabalhar contra uma cidade, isto não podemos admitir. Porque ele (Ediglan) não está trabalhando não é contra um prefeito, não; mas contra uma cidade” – alfinetou Peres.

Fernando Peres afirmou desejar a governabilidade entre o Legislativo e o Executivo Municipal. “Os dois poderes trabalhando conjuntamente, claro que com independência, mas com um bem comum para Jataí, é o que desejo. Agora, tem gente trabalhando lá (novamente atacando Ediglan Maia), marcando Câmaras Itinerantes, filmando locais onde tem buraco e sujeita, isso tem no Brasil inteiro, só para bater no prefeito? Ora. Isso não é a política que o povo de Jataí precisa não. Ele (Ediglan) precisava ter ajudado a trazer uma emenda para Jataí, e não trouxe. Tudo que está acontecendo (conquistas de benefícios para Jataí), ele (Ediglan) não passou por nada, infelizmente” – atacou.

Finalizando seus comentários sobre os recentes escândalos político-administrativos na Câmara Municipal de Jataí, o prefeito Fernando Peres voltou a elogiar o vereador João Wesley Cabral de Moura (PP). “O doutor João é uma pessoa que eu respeito muito. Ele, para mim, como presidente da Câmara seria um ótimo nome, porque ele é sério, não é de picuinha, não é de vingança, ele não é de estar batendo como o outro (Ediglan Maia) estava fazendo. Aliás, eu estava impressionado com o ex-presidente (Ediglan Maia) que vivia de rádio em rádio, de tv em tv, de jornal em jornal só para fazer politicagem contra a sua cidade” – finalizou Peres.