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12 de fev. de 2008

Os novos rumos do escândalo na prefeitura de Jataí

Terry Marcos Dourado - Agência Barros Dourado Comunicação
Já está mais do que “batido” o velhíssimo jargão público de que “no Brasil, tudo termina em pizza”.
Em Jataí, parece que a situação pós-“furacão” de denúncias de supostos atos de improbidade administrativa contra a administração do prefeito Fernando Henrique Peres, (PR), o “Fernando da Folha”, já começa a cheirar “calabrezza” e “catupiry”. Vejamos alguns dos indícios desta quase certa realidade:
OS DENUNCIANTES: Os vereadores Gênio Eurípedes de Assis (PMDB) e o atual presidente da Câmara Municipal, Ediglan da Silva Maia (PSDB), permanecem calados, quietos, na expectativa dos resultados das lentérrimas apurações da 5ª. Promotoria de Justiça do Ministério Público em Jataí e do Tribunal de Contas dos Municípios.
Claro, sem esquecer dos relatórios conclusivos das polícias Civil e Federal sobre as inúmeras denúncias, inclusive sobre as ameaças de morte via telefone que ambos os denunciantes receberam em meados de novembro passado. Gênio Eurípedes e Ediglan Maia já fizeram o que lhes era cabível. Faltam-lhes, agora, serem mais incisivos na cobrança de maior agilidade no aparecimento dos resultados das investigações.
OS DENUNCIADOS: Dentre todos os denunciados no escândalo, vamos focar os maiores alvos das denúncias. O jornalista José Renato Assis, irmão do prefeito Fernando Peres, continua presidindo o PR jataiense, continua ganhando seus talvez R$ 12.800,00 mensais (segundo matéria publicada recentemente pelo Diário da Manhã, este é o salário que um secretário de Estado recebe mensalmente, em Goiás) como membro do secretariado do Governo Alcides Rodrigues. Também continua comandando o seu periódico Folha do Sudoeste, como se nada tivesse acontecido. Evangélico de fé inabalável, acredita que todo o escândalo que envolve seu nome e o do seu irmão, o prefeito, não passa de “obra do Diabo” que “será queimada pelo Espírito Santo”.
E o “Demônio” (ou os “demônios”) será(ão) vencidos a seu tempo, pelo poder da “Fé”. Moral da história: José Renato Assis continua demonstrando tranqüilidade. E, na única vez que “falou” sobre os episódios, via artigo publicado em seu próprio jornal, chegou a indiretamente se comparar a “Jesus Cristo”, vítima de traições e injustiças...
Já o seu irmão, Fernando Henrique Peres, permanece aparentemente inabalável e inatingível, confiante na certeza de que nada vai lhe acontecer, nem mesmo uma derrota nas urnas. O excesso de autoconfiança que se assemelha à uma provável arrogância e prepotência, se mistura com um irônico perfil de “coitadinho injustiçado” que se diz inocente, mas até agora não foi capaz de provar, com documentos de autenticidade inquestionáveis, sua inocência em todas as acusações que protagoniza.
Na condição de prefeito, pessoa pública, Fernando Peres até agora não se deu conta de que deve, sim, uma satisfação real ao povo jataiense, em especial aos seus mais de 24 mil eleitores de 2004. Mas, por que alguém iria “perder tempo” em se explicar ao povo, se está “convicto” de que o “denuncismo” já já será esquecido, não só pela polícia, pelo TCM, pelo Ministério Público, mas também pelo povo?... E parece que “Sua Majestade” conta com a ajudinha “Divina”, pois o foco das atenções da 5ª. Promotoria do Ministério Público recentemente estava totalmente voltada para a tragédia ambiental do rompimento da barragem em Aporé. Aff!
E o Rildo Vergínio? O mais famoso e comentado funcionário público do município de Jataí nos últimos meses de 2007, chegou a “documental e oficialmente” ser afastado de suas funções por 90 dias, pelo prefeito. Há boatos não confirmados que afirmam que, na prática, tal afastamento nunca ocorreu. O fato é que, este personagem está caindo no esquecimento das autoridades e até do público. Aliás, no momento, já por vencer os 90 dias, Rildo já está ou estará de volta à prefeitura e, mais animado do que nunca, já candidatíssimo à uma cadeira no Parlamento Municipal, talvez cobiçando ocupar o lugar de um dos seus acusadores: Ediglan Maia ou Gênio Eurípedes... Aff! Como essa vida é cômica! Mesmo que a piada seja em tom macabro!
Quanto aos demais denunciados... Meros atores coadjuvantes, não precisam ser nominados. Basta dizer aqui que “tudo continua como dantes, na terra de Abrantes”.
OS INVESTIGADORES: Pelos resultados divulgados até o momento, ou seja, nenhum, é suficiente apenas comparar a eficiência e a agilidade de todos eles ao desempenho das tartarugas e até do Rubinho Barrichello na Fórmula 1. Enquanto isso, os mais de 80 mil habitantes de Jataí continuam à espera de uma satisfação. Satisfação, esta, que não vem do prefeito, mas bem que poderia vir do Ministério Público, pelo menos. Nem que fosse para dizer que todo aquele “bafafá” não passou de um ledo engano ou que, realmente, havia algo muito podre no reino de FHP.
Sentado num banco da Praça Professor Maromba, a popular "Praça dos Puteiros" ou "Praça da Cadeia", encontrei o "Seu Zé Antóim", mais conhecido pela alcunha de "Véi du Fumo", marido da Cumade Juaquina, manda um recado: “Meu povão de Jataí!... Vamo guardá uns dim-dim pá módo di nóis comprá as birita pra modo de nóis cumê as pizza... Num vamu percupá com o rélabuxo das dança pruquê os xôu, u noçú prefeito e o Marcondis (Marconi Perillo) vai dá pra nóis no decorrê destes mêis antes das eleição! Vamu divertí, pessoár! Nada di fica fazenu beicim viu Adiuçu Moraizi e uzôto qui tão fazenu. (tsc) ara, sô!”
N.R.: Quero aqui esclarecer que nada tenho contra e tão pouco a favor com relação a todos os personagens do escândalo na Prefeitura de Jataí e torço para que tudo se esclareça, satisfações sejam dadas ao povo e, se culpados houverem, que sejam punidos no rigor da Lei.
Apenas faço questão de ressaltar que, pessoalmente, há muito deixei de confiar na palavra de um homem chamado Fernando, pois, suas mentiras para com minha pessoa muito me prejudicaram numa "amizade" comigo que, da parte dele, hoje eu sei que nunca existiu.
Pessoalmente, tenho muitas frustrações, mágoas e decepções com relação à pessoa do senhor Fernando e seu irmão pelo mal que me causaram, diga-se de forma muito injusta, inclusive culminando no fechamento das portas de seu gabinete, no Centro Administrativo, para a minha pessoa. Mas, que fique publicamente esclarecido que, jamais em meus 16 anos de atuação no jornalismo, deixei que problemas particulares afetassem meu lado profissional. Não misturo as coisas.
Hoje, embora alguém possa discordar, não faço acusações, tampouco promovo ataques à Administração Municipal, embora motivos para isso não me faltam, porém, não o faço, apenas deixei de priorizar (ou mesmo defender) alguém que tanto mal me causou e dou um considerável crédito aqueles políticos que sempre me respeitaram pessoal e profissionalmente.
Apenas, na condição de profissional da imprensa, divulgo todos os fatos e, em nome dos direitos do povo, cobro uma satisfação pública sobre as conclusões desta onda de denúncias que, desde meados de outubro último, tem feito a sociedade jataiense ferver.
Terry Marcos Dourado, jornalista e radialista.

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