Terry Marcos Dourado - ABD Comunicação
Mineiro de Belo Horizonte, morreu neste final de semana, aos 78 anos, vítima de complicações no seu quadro de saúde, o professor José Gonçalves de Brito, popularmente conhecido pela alcunha de “Chefe Brito”.
Nascido em 19 de fevereiro de 1931, José Gonçalves de Brito teve uma infância essencialmente urbana. Em 1955, formou-se em Contabilidade, em Belo Horizonte (MG). Aprovado no concurso público do Banco do Brasil, fora designado para trabalhar na agência de Jataí (GO). “Confesso que, num primeiro momento, a idéia da transferência não me agradou. Uma cidade no interior de Goiás? A primeira impressão que tive, ao chegar, não foi das mais animadoras. Mas a receptividade das pessoas foi muito agradável. Logo que aqui cheguei, uma família me acolheu de braços abertos. Foram os Rezende, mais especificamente os irmãos José, Mário, Clodoaldo e Agnaldo...” – relatou Brito ao livro “Retratos de Uma História”, escrito pela jataiense Sandra Oliveira, publicado em 2003.
Quatro anos mais tarde, após sua chegada a Jataí, Brito conheceu Luzia Carvalho Carneiro. Com ela, anos depois, casou-se e constituiu uma família de seis filhos.
Membro atuante na sociedade jataiense, José Gonçalves de Brito, a convite do então prefeito Luziano Ferreira de Carvalho, lecionou economia política e matemática na Escola do Comércio. Também foi professor no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho. Na Escola do Comércio, era professor voluntário e, Bom Conselho, o salário que recebia era doado para as internas do colégio.
José Gonçalves de Brito foi quem introduziu os desfiles com fanfarras, posteriormente bandas marciais, nos desfiles estudantis em Jataí. Antes, segundo narrou ao livro “Retratos de Uma História”, Brito disse que apenas dois ou três tambores faziam as marcações dos passos nos desfiles realizados em Jataí. “Mostrei a necessidade da aquisição de novos instrumentos, como os de bateria e sopro, e assim foi feito” – comentou, Brito, que comandou a fanfarra (posteriormente, banda marcial) do Colégio Estadual Nestório Ribeiro que, já no primeiro ano sob o seu comando, sagrou-se campeã de um concurso estadual.
“Chefe Brito” também foi professor do, hoje extinto, Curso Mobral. Em sua atuação na sociedade jataiense, criou estatutos para associações e sindicatos na cidade, sendo um dos fundadores do Sindicato dos Bancários de Jataí. Apaixonado pelo escotismo, desde sua infância, Brito fundou, em Jataí, o Grupo Escoteiro Eleutério Novais, um dos primeiros de Goiás. Juntamente com outras dez pessoas, ajudou a fundar o Clube Balneário Brasnipo de Jataí. E, em meados de 1973, enquanto ainda era funcionário ativo da agência do Banco do Brasil, em Jataí, fundou na cidade o clube social Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB).
Exímio dominador dos cálculos matemáticos, ajudou a resolver problemas financeiros de instituições como o Jóquei Clube de Jataí, Associação Esportiva Jataiense e Hospital Regional de Jataí (hoje, Hospital Ana Izabel de Carvalho). Neste hospital, chegou a assumir a presidência após a morte do doutor Nestor Cúri. “Depois de achar uma carta dele (Cúri) a Jesus pedindo mais um ano de vida para reestruturar o hospital, fiquei comovido e assumi o cargo. Confesso que a dor dos que ali estavam me incomodava muito e, assim que senti o dever cumprido, preferi me afastar do cargo” – comentou Brito à produção do livro “Retratos de Uma História”.
Ao contrário do que muita gente chegou a pensar, o apelido “Chefe Brito” não veio de sua atuação no escotismo, mas por causa de sua função como chefe do setor de Carteira Rural do Banco do Brasil, função que desempenhou por 16 anos junto à classe de produtores rurais. José Gonçalves de Brito era o responsável pela regional que agregava cerca de dez municípios. “Por causa disso, me chamavam carinhosamente de chefe” – relatou na entrevista concedida à produção do livro.
Em 1974, José Gonçalves de Brito recebeu a cidadania jataiense, título concedido pela Câmara Municipal de Vereadores. Como compositor musical, participou de duas edições do Festival das Abelhas, em Jataí. Tendo Sônia Helena como intérprete, sua canção “Certezas” ficou em quarto lugar e, posteriormente, com a interpretação de George Dias, sua canção “O Penetra”, ficou em segundo lugar no festival. É o autor dos hinos do Clube Brasnipo e do Colégio Polivalente Danti Mosconi (hoje, Cefet), e ainda chegou a compor homenagens aos artistas jataienses Moisés Manoel e Everton de Lima.
Segundo informações, ainda não confirmadas, José Gonçalves de Brito, o “Chefe Brito”, morreu neste sábado, 7, por conta de uma doença rara que teria lhe causado a retirada de grande parte do intestino.
Também neste sábado, faleceram em Jataí o empresário José Tosta Carvalho e o seu sobrinho, o médico Adilson Nery de Carvalho, ambos familiares do odontólogo e ex-presidente da Câmara Municipal de Jataí, Alcântara de Carvalho Neto. Segundo informações não confirmadas pela família, “Zé Tosta” morrera por causa de complicações causadas por um câncer e, o médico, sobrinho dele, o doutor Adilson Nery Carvalho, em razão de problemas respiratórios graves decorrentes de uma pneumonia, chegou a ser transferido com urgência para uma unidade de saúde em Rio Verde (GO), mas ao chegar na entrada do hospital, entrou em coma, falecendo logo em seguida. Todos os sepultamentos aconteceram nos cemitérios de Jataí.
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