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13 de jun. de 2008

PSDB faz de Vitor Priori uma espécie de “boi-de-piranha dourada” na sucessão municipal em Jataí

Terry Marcos Dourado - ABD Comunicação
Foto de Vitor Priori gentilmente cedida por Carlúcio Assis do site Jornal da Cidade.
Além da vereadora Soraia Rodrigues Chaves, do vice-prefeito Adilson Morais, do ex-secretário municipal da Saúde, Vinícius de Cecílio Luz, do vereador e presidente do diretório municipal, Ediglan Maia e da vice-presidente do PSDB jataiense, Gislaine Maia, a sigla acaba de lançar mais um nome na disputa para prefeito. Trata-se do empresário e produtor rural Vitor Priori.
Casado com Tânia Janete Priori e pai de quatro filhos, Vitor César Priori nasceu na cidade de Nova Prata, no Rio Grande do Sul. Produtor rural com segundo grau completo, ainda o jovem resolveu deixar sua cidade natal, em 1977, para desafiar a sorte em alguma cidade do Sudoeste Goiano. Após algumas pesquisas, escolheu Jataí por causa das terras planas.
Totalmente cru de experiência política, Vitor Priori é um dos empresários mais bem sucedidos residindo em Jataí. O sucesso profissional do ex-dono da Gale Industrial o tornaria apto ao cargo de prefeito se ele não possuísse, por outro lado, pontos negativos para alguém que queira praticar a política. Mesmo alegando origem humilde, Vitor Priori é, na verdade, um membro da elite, ele pertence ao ultra-seleto grupinho da “high society” que nunca se misturou e, certamente, jamais irá se misturar à grande massa popular das demais classes sociais consideradas “pobres” ou “de baixa renda”.
Vitor Priori nunca foi um homem de fácil acesso. Sua figura só era vista, até o momento, nas pomposas festas realizadas em Jataí, portanto, sua alegação de humildade é, no mínimo, duvidosa. A complexidade da política é tamanha que, na prática, não interessa se Vitor Priori, como empresário, muito contribuiu com o desenvolvimento (?) econômico de Jataí. Também não interessa se ele é o primeiro gaúcho a postular a cadeira de prefeito desta cidade para, posteriormente, vir alegar que nós goianos não votamos nele por bairrismo ou preconceito.
O fato é que é difícil digerir as “boas intenções” ou a “humildade” que, após esses anos todos de convivência com os jataienses (leia-se aqui a “nobreza da sociedade” local), este cidadão somente agora passa a usar a mídia para mostrar tais quesitos. Vitor Priori pode ser um homem honesto, íntegro, de moral ilibada, mas não é popular, não deve conhecer a realidade das vilas e dos bairros jataienses, pois certamente nunca pisou em uma, nunca sujou seu corpo de poeira, nunca entrou em uma casa de táboa ou em um postinho de saúde, desses que falam por aí que funcionam...
Analisando por esta ótica, Vitor Priori é uma espécie, no sentido figurado, de “boi-de-piranha dourada” que o PSDB apresenta (já que o diretório jataiense está impedido pelo senador Marconi Perillo e pelo presidente da sigla em Goiás, deputado federal Leonardo Vilela, de compor com o PMDB) para tentar enfraquecer os únicos verdadeiramente futuros protagonistas do pleito municipal jataiense este ano: Humberto Machado (PMDB), de um lado, e o atual prefeito Fernando Peres (PR), do outro.
Para a eleição municipal majoritária (prefeito), em Jataí, qualquer outro candidato que não seja a dupla de rivais Machado e Peres, não vai passar de mera tentativa de tirar votos destes dois protagonistas políticos ou, na “melhor” das hipóteses, uma terceira ou quarta ou quinta vias só vai repetir o que Evaristo Anania de Paula e Nelson Antônio da Silva (ambos do PPS) há quatro anos, ou seja, se lançaram candidatos a prefeito e a vice, respectivamente, sem chances de eleição, apenas para terem seus nomes badalados na mídia e, nos últimos momentos da disputa eleitoral, retiraram suas candidaturas e negociaram um apoio fundamental para a vitória do atual prefeito.
Evaristo de Paula se tornou secretário municipal dos Esportes e Turismo e, Nelson Antônio, conseguiu investimentos da ordem de mais de R$ 30 mil da Administração Municipal para o seu empreendimento turístico, o Clube Hotel Fazenda Recanto das Águas.
A decisão final do PSDB sobre sua atuação na sucessão municipal em Jataí só vai acontecer mesmo no próximo dia 30, quando a sigla realiza sua convenção municipal. Até lá, especula-se que, nos bastidores do PSDB jataiense, os tucanos vão partir para um verdadeiro e sangrento “duelo de bicos”, instigado pelo “tucano-rei”, Marconi Perillo; e pelo “imperador tucano”, Leonardo Vilela, que querem obrigar o partido a apoiar a reeleição de Fernando Peres, decisão esta que desagrada a atual cúpula tucana jataiense, chefiada pelo “tucano-gladiador” Ediglan Maia, considerado um “Che Guevara” da política jataiense, bom de briga, mas nem sempre bom de estratégias.

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