Eleições 2008: Humberto Machado em desvantagem na "bolsa de valores" das siglas partidárias

Terry Marcos Dourado - ABD Comunicação

Jataí (GO) - Embora ainda esteja em considerável vantagem sobre seu adversário político nas recentes pesquisas de opinião pública, o ex-prefeito Humberto de Freitas Machado (PMDB) está em desvantagem, considerando a aglutinação de apoio entre as siglas partidárias, fantando pouco menos de um mês para o período das convenções municipais visando as eleições em 5 de outubro.

De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em todo o País 27 siglas partidárias estão habilitadas a lançar candidatos para as eleições municipais em 5 de outubro. O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás informou que, em Jataí, 20 partidos vão poder participar do pleito disputando vagas na Câmara de Vereadores e também os cargos de prefeito e vice-prefeito.

Fantando pouco menos de um mês do período das convenções municipais, partidos de tradição em Jataí, a exemplo do PSDB, PT e PMDB, continuam enfrentando problemas internos em razão de ambições particulares e até por divergências de opiniões ou conflitos de posicionamentos entre dirigentes e membros que poderão resultar em fissuras capazes de fazer cair por terra todo um planejamento estratégico para se chegar à vitória no pleito que se aproxima.

É fato que, em Jataí, a eleição majoritária municipal será polarizada em apenas duas forças. De um lado, o prefeito Fernando Henrique Peres (PR), disputando a reeleição; e do outro lado, o ex-prefeito Humberto de Freitas Machado (PMDB), tentando retornar à prefeitura para um terceiro mandato. Evidências demonstram que nenhuma outra sigla partidária possui força política suficiente para lançar candidato a prefeito com chances reais de vitória. Mesmo que siglas como o PT e o PP tentem convencer o contrário, não há, no momento, nenhuma personalidade política, além de Fernando Peres e Humberto Machado, com real cacife de peso para garantir assento na cadeira mais importante do município pelos próximos quatro anos.

O PT se mantém em “standby”, à espera de uma “melhor oferta” para definir o apoio. A sigla mantém três alas internas distintas: uma, defende o apoio à reeleição de Fernando Peres (PR); outra ala quer apoiar Humberto Machado (PMDB); e uma terceira ala defende o “suicídio” político de uma candidatura própria a prefeito. A ex-vereadora Maria Euzébia “Bia” de Lima preside o diretório petista em Jataí, mas comanda a mais de 300 quilômetros de distância, pois reside em Goiânia. Por causa disso, uma quantidade expressiva de petistas jataienses mantém o firme propósito de apoiar Fernando Peres, independente da posição oficial da sigla.

Já o PMDB não vem conseguindo administrar a grande vantagem que estava obtendo em relação à reeleição do atual prefeito, Fernando Peres. Hoje, o favoritismo peemedebista sofreu uma considerável queda possivelmente justificada pelas ausências de grandes lideranças como o ex-senador Maguito Vilela, que irá disputar a prefeitura de Aparecida de Goiânia; o deputado federal e presidente do diretório jataiense, Leandro Vilela Veloso; e o deputado estadual Romilton Moraes.

A representatividade no Parlamento Municipal, mesmo tendo a maior bancada, se enfraqueceu com a traição política do vereador Adilson de Carvalho que, mesmo pertencendo ao PMDB, age e vota como aliado do prefeito Fernando Peres, principal adversário político do prefeitável Humberto Machado.

Trio "Los Bicudos" poderá ir "cantar
noutra freguesia", caso não apóie
reeleição de Fernando Peres

Crises internas também são sentidas entre os tucanos. Em Jataí, o PSDB, mesmo lendo nas cartilhas do senador Marconi Perillo e do presidente estadual do partido, o deputado federal Leonardo de Moura Vilela, a situação é complicada, pois os vereadores Soraia Rodrigues Chaves e Ediglan da Silva Maia, este presidente do diretório municipal, são declaradamente opositores à Administração Municipal e ao projeto de reeleição do prefeito Fernando Henrique Peres. Outro tucano que também é um ferrenho opositor a Peres, é o atual vice-prefeito Adilson Carvalho de Morais.

Com a derrota do ex-secretário municipal da Saúde, Vinícius de Cecílio Luz, para a presidência do diretório tucano jataiense, e a debandada do ex-presidente do diretório, Lauro Quitiliano, para o PHS (ele assumiu a vice-presidência da sigla), os tucanos jataienses ficaram divididos em duas alas. Uma, apóia a Administração Fernando Peres e, a outra, defende o apoio ao retorno do peemedebista Humberto Machado ao comando do município.

Vantagem para Fernando Peres

No momento, apenas o DEM (Democratas, ex-PFL) e o PDT não estão “em cima do muro” e já garantiram oposição total à Administração Fernando Peres. Outras siglas, a exemplo do PHS, presidido pelo médico veterinário Mauro Antônio Bento Filho (filho do ex-prefeito Mauro Bento (falecido em 2004); o PT do B, PTC, PSC, PRB e PRTB ainda não definiram posição oficial, com grupos simpáticos à oposição e outros, à situação. Na verdade, estes partidos também estão na mesma condição que o PT, ou seja, à espera da “melhor oferta” para definir apoios.

Já o PP, presidido pelo agropecuarista Saul Ferreira de Moura Filho, abandonou a força oposicionista após conseguir, sob as bênçãos do prefeito Fernando Peres, retomar o comando do Legislativo Jataiense, reconduzindo o médico João Wesley Cabral de Moura à Presidência. Com isso, o partido tem um débito a retribuir junto ao prefeito Fernando Peres, na forma de apoio ao seu projeto de reeleição. O comando local do PP argumenta o contrário dizendo que segue as determinações do governador Alcides Rodrigues (PP), um grande aliado do atual prefeito jataiense.

O PTB, continua fiel em seu apoio ao prefeito Fernando Peres. A sigla, dono da maior expressão de votos por conta da histórica votação da vereadora Maria José da Silva Lemes, 5.008 votos, em 2004, atual presidente local do partido, ela que dificilmente conseguirá repetir o feito, tem sua votação somada à do vereador e médico Alcides Peregrino Fazolino, este, ex-líder do prefeito na Câmara de Vereadores, mantém forte parceria com Fernando Peres.

Além de seu partido, o PR, presidido por seu irmão, o jornalista José Renato Assis, o prefeito Fernando Henrique Peres já pode contar com o apoio de partidos nanicos, a exemplo do PPS, presidido pelo ex-Secretário dos Esportes e Turismo, Evaristo Anania de Paula; o PTN, presidido pelo ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Fernando Fernandes Pinto; o PV, presidido pelo secretário do Meio Ambiente do Município, Cleiver Robson Arjona Chaves; o PSB, presidido pelo ex-secretário de Governo da atual administração e proprietário da TV Jataí Educativa, Geovan Freitas Carvalho.

Comentário do Editor:

Reflexo de uma extrema burrice alimentada por egos inflados e ambições desenfreadas, que conseguiram enfraquecer consideravelmente a tentativa de consolidar uma força de oposição capaz de aniquilar o projeto de reeleição do prefeito Fernando Peres, o atual prefeito poderá (estabilizando o atual quadro político) às custas de muita inteligência e habilidade política, se manter no poder administrativo jataiense por mais quatro anos, até dezembro de 2014.

Quando aos membros do "Trio Los Bicudos", os "tucanos rebeldes do ninho do PSDB em Jataí", estes se vêem numa sinuca-de-bico, ou uma espécie de "loteria". Caso apóiem Fernando Peres, para garantirem ao menos a chance de concorrer à uma vaga na próxima legislatura do Parlamento Jataiense, não deverão ter o apoio do prefeito que, aproveitará para vingar-se de cada um deles.

Por outro lado, caso decidam ir contra o deus Perillo, poderão enfrentar uma terrível ira seguida pela maldição embasada principalmente na nova realidade onde o cargo eletivo pertence ao partido e não ao candidato. Assim, poderão correr o risco de ficarem quatro anos sem cargos públicos e fora do foco da mídia. Correrão sério risco de caírem no esquecimento do povo. Ô dó!