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19 de fev. de 2008

Tragédia ambiental no Sudoeste Goiano deixará seqüelas por várias décadas

Terry Marcos Dourado - ABD Comunicação
Com informações da Tribuna do Planalto
Sudoeste Goiano - Já não se tem mais dúvidas de que o rompimento da barragem da Usina Hidrelétrica Espora, ocorrida no dia 30 de janeiro na divisa dos municípios de Itarumã, Aporé e Serranópolis, tenha sido a maior tragédia ambiental dos últimos anos em Goiás, e seus efeitos serão sentidos por séculos.
A conclusão foi feita por técnicos da Agência Ambiental de Goiás, que ainda realizam o levantamento dos danos no relevo, fauna e flora do local, mas já garantem que boa parte das espécies de peixes existentes nos 220 km de leito do Rio Corrente até a foz do Rio Paranaíba vai se extinguir. Calcula-se que mais de 30 mil peixes e inúmeros animais nativos morreram por causa da tragédia. Muito mais grave do que o desastre do ponto de vista ambiental têm sido as conseqüências para a população dos municípios de Aporé, Itarumã, Lagoa Santa e Itajá.
Segundo o coordenador da 9ª Regional de Defesa Civil do Estado, tenente coronel Múcio Ferreira dos Santos, comandante do Corpo de Bombeiros de Jataí, duas bases de socorro à população foram montadas em Itarumã e Itajá. O oficial passou 15 dias no local conferido “in loco” as proporções da tragédia que já contabiliza 490 pessoas afetadas, sendo que 44 delas se encontram desabrigadas ou desalojadas. No total, 89 propriedades foram diretamente atingidas.
Sorte em meio à desgraça
Na avaliação do tenente coronel Múcio Santos, chefe da Defesa Civil na região, o acidente na Usina de Espora poderia ter sido pior caso uma parede de aproximadamente 45 metros da barragem tivesse sido rompida pela força da água. "Nessa hipótese, teríamos tido vítimas fatais, o que só não aconteceu por sorte." Duas semanas depois do ocorrido, ele conta que a água retornou ao leito do rio, mas o curso das águas foi alterado.
"Residências, pastagens e cercas foram levadas pela correnteza e a água chegou a atingir os fios dos postes", relata. O Ministério Público Estadual interditou a barragem e o Estado deverá acionar judicialmente a usina por responsabilidade direta no acidente. A Defesa Civil enviou pedido de decretação de urgência ao governo de Goiás e a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) ainda não concluiu o estudo dos prejuízos causados. A usina divulgou nota em que atribui a tragédia à elevação do nível do rio, por causa do aumento das chuvas.
A Espora Energética S.A. está sujeita a ter de pagar multas que variam entre R$ 1,5 mil e R$ 50 mil por hectare. Em uma reunião com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Agência Ambiental e sociedade organizada das cidades atingidas, os advogados da empresa afirmaram que a usina concorda em indenizar os moradores, mas que isso se dará com planejamento. Especialistas esperam que o acidente sirva de lição para que outras usinas desenvolvam planos de urgência mais consistentes. Os técnicos da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) também não terminaram o levantamento preliminar dos estragos causados pelo rompimento da barragem.
Os prejuízos causados pela queda da ponte da GO-178, entre Itarumã e Itajá têm sido sentidos fortemente na economia das cidades afetadas pela tragédia. A destruição da ponte de 70 metros inviabilizou o acesso da região aos Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, para onde quase toda a produção bovina era escoada. Municípios como Itajá, cuja renda é baseada 100% no turismo, estão sofrendo com demissões e até mesmo o fechamento de pontos tradicionais do comércio. Sem a ponte, as cidades ficaram isoladas e os motoristas precisam percorrer desvios de até 400 km para chegar ao local. Quem vai de Goiânia para Lagoa Santa ou Itajá, por exemplo, terá de rodar 150 km a mais para chegar ao destino.
A estimativa é que a obra custe cerca de R$ 3 milhões aos cofres do Estado e a Agetop informou que a recuperação do trecho só será possível com uma trégua das chuvas. Caso o governo estadual admita que não possa arcar com os custos da obra, a Defesa Civil Nacional poderá ser acionada. A Defesa Civil vai pedir uma prorrogação do prazo para entregar o laudo conclusivo sobre as causas e dimensões dos danos.

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