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25 de jan. de 2008

Fernando Peres pode enfrentar situação inversa de apoio político à sua reeleição em outubro

Reprodução do Jornal Opção
Jataí, GO - A sucessão do prefeito de Jataí, Fernando Henrique Peres, o “Fernando da Folha” (PR), deverá ter a chapa mais eclética do pleito de outubro. As conversações para montagem de uma coalizão de partidos envolvem tradicionais adversários na cidade e em âmbito regional, como PSDB, PMDB, DEM, PDT, PP, PT e PC do B. À frente desse grupo está o presidente do PSDB no município, vereador Ediglan Maia, que defende a união para viabilizar a vitória do ex-prefeito Humberto Machado (PMDB) e que as diferenças ideológicas sejam sepultadas.
Maia, que é presidente da Câmara Municipal de Jataí, promoveu no dia 11 de janeiro uma reunião com lideranças políticas de 10 partidos como uma primeira rodada de negociações visando à composição. “Neste primeiro momento estamos chamando os líderes para mostrar que se juntarmos as forças para as eleições de outubro poderemos formar uma chapa vitoriosa em defesa de Jataí. Retomar o controle da prefeitura é o objetivo dos dirigentes desses partidos que abrem mão de vaidades pessoais para buscar a melhoria de vida para nossa população e maior abertura na administração da cidade.”
Jataí, cidade tradicional de aproximadamente 90 mil habitantes no extremo sudoeste de Goiás, tem uma arrecadação média mensal de 5,5 milhões de reais, apenas 10 por cento do que era em 2004. Nas eleições de 2004 o prefeito Fernando da Folha teve o apoio da maioria desses partidos, inclusive com a participação do PSDB, que indicou seu vice, Adilson Morais. Ao longo do mandato, a frente de 10 partidos que integraram sua coligação foi desfeita e hoje somente quatro apóiam sua gestão.
As diferenças que o prefeito Fernando da Folha cultivou com seus ex-aliados se materializaram nas investigações que a Câmara fez e que estão em curso no TCM e no Ministério Público. As suspeitas iniciais de que a administração municipal estaria sendo subvertida em atos tradicionais no Brasil se traduziram em certeza quando as primeiras provas foram colhidas.
O TCM rejeitou um contrato de 420 mil reais que a prefeitura firmou com a firma Cefim Assessoria e Consultoria Ltda. A título de prestar assistência contábil e jurídica para recompor a fatia que o município teria direito na divisão do bolo do ICMS, o contrato foi feito sem licitação, mais uma vez usando a manjada justificativa de “notória especialização”, artifício que 10 em cada 10 prefeitos utilizam. São sempre os mesmos escritórios, com as mesmas sustentações para dispensar a licitação e para o mesmo fim. Esses contratos, se investigados a fundo, poderiam colocar inúmeros advogados e prefeitos na cadeia e bloquear seus bens para restituição ao erário.
O desatino político e administrativo do prefeito Fernando da Folha inviabilizou o surgimento de uma terceira via ou simplesmente uma candidatura alternativa ao que Jataí está acostumada.

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