Enquanto as lideranças políticas de oposição ao prefeito jataiense dormiram de "butinas" e os servidores públicos municipais comeram "arroz, feijão e ovo de granja" com "suquím de bacaxí" nas ceias de Natal e Ano Novo, Sua Majestade "El Grand Imperador" promovia diversos espetáculos e shows para o povão.
E a reencarnação da velha política dos imperadores da Roma Antiga, sendo praticada em Jataí. O pior, é que o povão gosta e aprova!
O pão é um dos alimentos mais populares do planeta. Está espalhado pelos continentes e acompanhou a evolução cultural de cada povo nos últimos séculos. Já o circo foi a principal manifestação artística nos últimos milênios. Era, e ainda é, usado como forma de acalmar ou agravar as manifestações das populações, nas sociedades de qualquer país - já que trazia ou traz no lazer, formas de diversões populares e bizarras.
Longe das lonas e terrenos baldios, e distante dos profissionais da área, o circo é um caso especial e político. Tem a aparência de algo obscuro. Soa como teatro de mau gosto, mentira, egoísmo, inveja, corrupção e tantos outros desmandos oficiais ou clandestinos.
As combinações de “pão e circo” fizeram os grandes pensadores, poetas, escritores, sacerdotes e outros, repensarem o segredo da vida de uma forma mais humanista e algumas vezes: materialista. A curiosidade continua a mesma: “pão e circo” são necessários à sobrevivência dos humanos? É do conhecimento geral que o pão alimenta o corpo (é referência na “Última Ceia” de Jesus Cristo) e hoje, alimenta a fé cristã. O “circo” distrai e deixa relaxado qualquer mortal. É uma diversão que pode mostrar a verdadeira arte circense, alienação ou corrupção! Será que só de “pão e circo” viveu, vive ou viverá a humanidade?
A palavra “amor”, lida ao contrário vira “Roma”. E foi lá na Roma Antiga que ocorreram as maiores perseguições. Homens e mulheres, velhos ou jovens, da situação ou oposição ao regime político, foram devorados por leões em nome do Império Romano - para atender à política do “pão e circo”. E o pior! O povão se divertia com estes aberrantes espetáculos mortais banhados a muito sangue. O povão ovacionava seus imperadores em retribuição a estas promoções “festivas”.
"Pão e Circo", bastam para um governo ser adorado por seu povo?
Catharina - A Grande Czarina Russa, considerava essa premissa como o programa mais importante do seu reinado. E os governos de hoje? Será que eles mantém essa base filosófica com a finalidade de se manterem popular e amados pelo povão que, a bem da verdade, ainda não aprendeu a se respeitar como eleitor e a respeitar o seu sagrado direito democrático ao voto?
A política do pão e circo teve origem no império romano. Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego, pois muitos camponeses perderam seus empregos na zona rural. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a “Política do Pão e Circo” que consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.
Talvez, uma tentativa de fazer o povão esquecer as muitas denúncias de supostas práticas ilegais cometidas por seu governo, nos últimos dias do ano de 2007, “El Grand Imperador” de Jataí, e seus asseclas, promoveram verdadeiros espetáculos públicos com grandes “pré-inaugurações” de obras que sequer estão prontas... A Feira Coberta, ao que parece, será inaugurada “em etapas”. Na inauguração da primeira, neste domingo 30, teve show do Nilton Lamas (aquele da tal música que fala assim: “... eu meto o pé na cara dele!”).
Nesta segunda-feira, a última do ano, mais espetáculos. Pela manhã, um foguetório bem ao estilo do saudoso ex-prefeito “Mauro Bento” - aliás, foguetórios não faltaram em Jataí nos meses de novembro e dezembro, durante as várias pré-inaugurações das futuras inaugurações da Administração Fernando Peres - anunciava a reinauguração da “maquiagem” e das novas lâmpadas que vão iluminar o Mirante do Cristo Redentor, no alto do Morro do Zequinha Eduardo (BR-060, saída para Rio Verde). Tomara que, com o passar dos dias, o Mirante do Cristo não volte a ser um “Zé Ninguém” como veio sendo no decorrer de todos esses anos!
No mesmo dia, a noite, um grande espetáculo pirotécnico seguido de um show de Réveillon Popular foi dado “de presente” ao povão por Sua Majestade “El Grand Imperador”, no novo “Coliseo” da cidade, o Parque JK... E o povão se esbaldou à vontade, como o povão da velha Roma fazia nos tempos dos gládios sangrentos do Coliseo.
Enquanto isso, políticos de oposição ao prefeito estranhamente resolveram, todos, "dormir de butinas" e, pior, centenas de funcionários públicos municipais de Jataí, cuja ceia natalina não passou de um simples PF (prato feito) composto de arroz, feijão, bifinho (ou ovo de galinha de granja) e um “copim de súqui de bacaxi”; foram obrigados a repetirem o cardápio na ceia do Réveillon. Tudo isso, porque “El Grand Imperador” não lhes pagou o salário do mês de dezembro. Os únicos que receberam foram os servidores da educação e da saúde, pastas que possuem verbas próprias para este fim. Pobres funcionários públicos municipais de Jataí!... Ah!... Mas eles foram tentar fugir desta realidade cruel enchendo a cara de “Pirassununga 51” ou “Chora Rita” ou “Providência”... ou qualquer outra marca, e balançaram o corpo até não agüentarem mais, no showzaço popular promovido por “El Grand Imperador” a seus súditos...
É nisto que consiste a política do pão e circo. Dar o mínimo de alimentos para os famintos e muita diversão para o povão, para que desta forma a o povão esqueça os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta, ou no caso brasileiro e, quiçá mais especificamente do povo jataiense, aumentando as chances de uma reeleição.
Terry Marcos Dourado
Imagem: Divulgação na Internet
Cena do filme "The Gladiator", reproduzindo os espetáculos sangrentos promovidos por imperadores romanos no Coliseum (Coliseo)"
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