Jataí (GO) - “As minhas contas foram aprovadas pelo TCM (Tribunal de Contas dos Municípios). As contas do ex-prefeito Humberto Machado (PMDB) também foram aprovadas pelo TCM. E eu desafio a qualquer pessoa a provar o contrário do que eu estou dizendo. As contas do ex-prefeito Humberto Machado foram todas aprovadas pelo TCM, basta quem quiser averiguar pela internet no site do TCM. Quero que alguém entre agora no site do TCM, imprima a certidão do Irapuan Costa Júnior e a esfregue na minha cara se a situação for diferente da que eu estou relatando. As nossas contas estão aprovadas. Eu peço respeito!” – desabafou emocionado o vereador Gênio Eurípedes durante seu pronunciamento na sessão ordinária desta quarta-feira, 29, ao ser insistentemente provocado e insultado pela multidão de funcionários da prefeitura dispensados de suas atividades para pressionarem os vereadores a votarem contra o requerimento de Gênio Eurípedes que pede a instalação de uma CPI (CEI) para investigar denúncias contra a administração do prefeito Fernando Henrique Peres (PR).
Gênio Eurípedes, com a voz embargada, disse que não se intimida com pressões, e que irá continuar com seu trabalho apurando e apresentando denúncias contra a o prefeito e sua equipe, mesmo que isto lhe custe um alto preço. “Eu sou dessa cidade! Eu nasci numa casa na Praça Lambari, numa casa de pau-a-pique, com muito orgulho! Uma casa de pau-a-pique que era alugada, senhora presidente! Fui servente de pedreiro! Fui pedreiro! (o coro de vaias recomeça e é quase controlado pela presidente Soraia Rodrigues, que pede a Gênio para evitar o “palanque” em seu pronunciamento)... “Não podemos ter medo desse pessoal, não, senhora presidente! Não podemos ser intimidados, não! Nós vamos investigar essa administração até o último instante, ainda que isso custe a minha vida! Ainda que custe a vida deste moço (aponta para o vereador Ediglan Maia) e de qualquer um de vocês! (as vaias recomeçam). Se tiver que prender, se tiver que sair gente algemada ali daquela prefeitura, sairá! O prontuário dessa gente já é muito grande, e não está só aqui não. Está na Polícia Federal, está na Polícia Civil. Nunca se viu tanta roubalheira numa administração só” – afirmou o vereador que, no mês passado, juntamente com o vereador Ediglan Maia (PSDB) chegou a receber ameaças de morte, por telefone.
Ao final de sua fala, Gênio Eurípedes voltou a pedir mais respeito à sua pessoa e ao seu trabalho como parlamentar. “E por que que não querem que investiguemos? Quem não deve, não teme! Eu só quero respeito! Nunca cheguei atrasado aqui no plenário, jamais sai adiantado das nossas sessões. Eu estou aqui no cumprimento do meu dever, do meu papel de vereador. Nunca faltei a uma reunião ou sessão. Eu estou no exercício do meu dever, das minhas obrigações. Eu nunca atrasei uma reunião em todos os anos que estive na Secretaria Municipal da Educação. Estas pessoas têm que ouvir isto, senhora presidente. É o nosso povo, a nossa gente e eles têm que ouvir isso e ouvir também que Jataí está no breu, está no caos... (as vaias recomeçam)... São mais de R$ 8 milhões de dívidas desta administração municipal com comerciantes e tudo o mais. (...) Tem que vingar a CPI, tem que vingar a CEI. Senão, teremos que aguardar até outubro do ano que vem. Menos de um ano para as eleições do ano que vem, graças a Deus!” – concluiu o desabafo.
O CASO DAS BIRITAS E O COQUETEL DE LANÇAMENTO DO LIVRO
Em seu pronunciamento na sessão ordinária da Câmara Municipal, nesta terça-feira, 29, o vereador Gênio Eurípedes de Assis (PMDB) respondeu as acusações feitas pelo chefe da Divisão de Serviços Administrativos da prefeitura, Rildo Vergínio Moreira, em um programa jornalístico de uma emissora local de rádio. Rildo disse que o vereador, enquanto secretário municipal da Educação, na gestão do então prefeito Humberto Machado (PMDB), teria usado dinheiro público para editar seus livros e promover coquetel de lançamento. “Foi uma tremenda estupidez quando um cidadão (Rildo Vergínio) que tem conta bancária em conjunto com o prefeito, essa coisa toda, foi no rádio e falou o que quis sobre o Ediglan Maia, este vereador combativo que já presidiu esta Casa (o Parlamento)... (foi interrompido por um forte coro de vaias)... acabou sobrando pra mim também” – disse Gênio Eurípedes.
Gênio continuou sua explicação pública. “Esse cidadão teve um espaço generoso cedido por aquela emissora, e usou termos interessantes dizendo que eu, ao lançar o meu último livro, fiz um coquetel e no lançamento do meu livro cheguei a gastar, nada mais, nada menos, do que 400 caixas de cerveja. Fazendo as contas, multiplicando, dá 8.600 garrafas de cerveja, seria uma carreta de cerveja. Eu quero deixar claro que não houve um coquetel no lançamento do meu livro. Ele mentiu. O livro foi lançado em uma livraria, com todo mundo em pé às quatro horas da tarde. Estávamos eu e mais uma meia-dúzia de amigos da Educação Municipal.. (a platéia de funcionários da prefeitura começa a gritar um “É mentira!” e Gênio retruca) Não é mentira, não!” ... (Nesse momento, a presidente Soraia Rodrigues, que reassumiu a função um pouco antes, ameaça suspender a sessão pela desordem da platéia).
Gênio volta a explicar o bafafá em torno do lançamento de seu último livro. “O meu livro, quando é folheado, o leitor encontra várias fotos de Jataí e foi lançado na Bienal Nacional do Livro, em São Paulo. Daí alguém vai falar que a publicação do meu livro teve o patrocínio de dinheiro público. Ora! Todos os livros publicados em Jataí tiveram a participação (em patrocínio) da prefeitura, e o meu também teve, eu não vou negar isto. Além de eu tê-lo escrito, o meu livro teve o meu aporte financeiro também. E eu não vi nenhum vereador, nenhum dos senhores sair em minha defesa em relação a isso. Mas tudo bem. Não há nenhum problema” – disse o vereador.
Ao final das explanações, Gênio Eurípedes desafiou aqueles que o acusam a provarem alguma irregularidade que ele possa ter cometido. “Eu quero saber onde estão as notas fiscais da tal cerveja que alegam que eu comprei com o dinheiro da prefeitura? Cadê a nota fiscal do livro? Cadê as falhas na minha prestação de contas (enquanto secretário municipal da Educação), junto ao TCM (Tribunal de Contas dos Municípios)?... Eu desafio, senhora presidente, e eu desafio qualquer um dos senhores presentes a este plenário. Coloco o meu mandato nesta ordem. Se as minhas contas estiverem fraudadas junto ao TCM, eu renuncio ao meu mandato. Vão procurar alguma coisa que eu deva lá no TCM” – desabafou.
Terry Marcos Dourado
Imagens: (1) Arquivo Eldorado; (2) Amarildo Gonçalves/CMJ
1) Vereador Gênio Eurípedes de Assis (PMDB)
2) Vereador Gênio: sem medo de intimidações.
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Um comentário:
É o sujo falando do mal lavado. Tudo farinha do mesmo saco, farinha podre por sinal.
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