
A Câmara de Vereadores de Jataí realizou na tarde desta terça-feira, 10, uma audiência pública proposta pelo vereador Ediglan Maia, com o objetivo de esclarecer os motivos que levaram a interromper diversas obras públicas na cidade durante a Administração Humberto Machado, dentre elas, os o Mini-Hospital do Bairro Frei Domingos e o Centro Cultural com Auditório, ao lado do Estádio Arapucão.
De acordo com o vereador Ediglan Maia (PSDB), a comunidade tem exigido explicações que justifiquem a paralisação das obras, se há algum embargo jurídico ou outra situação que esteja impedindo a conclusão das mesmas, considerando o expressivo volume dos recursos financeiros públicos nelas injetados.
Além do ex-prefeito, foram convidados a participar da audiência os secretários municipais Vinícius de Cecílio Luz, da Saúde, Odon Cleber Martins Ramos (Obras e Ação Urbana), vereadores e a procuradora-geral do Município, Andréa Godoy, esta representando o prefeito Fernando Peres. Uma considerável presença da população lotou o plenário do Edifício Eufrásio Pereira Rocha, no Palácio das Abelhas, sede do Poder Legislativo Jataiense. O ex-prefeito Humberto Machado também participou da audiência.
Em seu pronunciamento, Humberto Machado chegou a reconhecer a existência de falhas na execução de obras públicas em Jataí mas, segundo ele, nada que não fosse legalmente justificável. “O auditório, por exemplo, foi projetado inicialmente para 500 pessoas, o que foi considerado pouco pela Prefeitura, que decidiu ampliar o espaço, usando recursos próprios para completar a obra e que, por isso, houve algumas dificuldades na conclusão” – disse. A representante da Administração Fernando Peres alegou que a conclusão da obra tem impedimentos legais, por isso está parada.
Com relação à unidade do Programa Saúde da Família (PSF), o mini-hospital do Bairro Frei Domingos, a alegação foi de que a conclusão da obra depende de pendências ambientais. A Agência Ambiental e a Vigilância Sanitária precisam autorizar a retomada das obras, pois o prédio foi construído dentro da área de alagamento de um córrego. Após a regularização desta questão ambiental, a Câmara precisará aprovar projeto de lei para autorizar recursos para a conclusão da mesma.
Resumo da ópera: a audiência pública foi na verdade um “ato pré-eleitoral precoce”, onde, como num júri, o objetivo principal “implícito” nas justificativas distribuídas pelos vereadores à imprensa, era, não outro, senão enfraquecer e, talvez destruir politicamente o maior rival do prefeito Fernando Peres em sua iminente e óbvia disputa pela reeleição em 2008. Quem? Humberto Machado, óbvio! A Administração Fernando Peres, ou os seus súditos (leia-se vereadores que a apóiam) poderia ter “jogado a lama no ventilador” ainda em 2005, no primeiro ano da gestão, mas não o fizeram porque certamente preferiam fazê-la mais perto das eleições municipais do ano que vem. Isso é o que se pode chamar de “jogo de baixo nível”.
Por outro lado, se o problema da não-conclusão destas obras é meramente político, ou seja, as mesmas estão na dependência da elaboração e aprovação de Emendas pelo Poder Legislativo, pergunta-se: “Em vez de fazer barulho na mídia, não se busca o apoio de todos os deputados estaduais e federais possíveis para resolver este problema, vez que são eles a única solução para a conclusão das obras?”. Outra pergunta: “Considerando que todos os prefeitos da história política de Jataí e, certamente incluindo o atual prefeito Fernando Peres, deixaram (ou vai deixar) obras inacabadas ou inauguradas sem conclusão total (este, fato muito tradicional em Jataí e no Brasil). Daí, questiona-se de forma totalmente imparcial: Submeter o ex-prefeito Humberto Machado à uma espécie de “júri popular”, na intenção de que ele perca seus direitos políticos por oito anos, vai resolver o problema? Vai causar algum benefício para Jataí?... Na melhor das hipóteses, o único diretamente beneficiado com tal baixaria só poderá ser Fernando Henrique Peres que, neste caso, talvez poderia ter a sua reeleição garantida.
Terry Marcos Dourado
Fotos/Legendas:
1) O plenário da Câmara de Vereadores de Jataí esteve lotado para a audiência.
2) Ex-prefeito Humberto Machado: alvo “número um” na tentativa de garantir a reeleição do prefeito Fernando Peres em 2008.
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