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3 de jun. de 2007

Estranhas composições estão sendo tramadas para as eleições 2008 em Jataí

Atenção! É expressamente proibida a reprodução, na íntegra ou parcial; também a reciclagem na íntegra ou parcial, do texto a seguir sem a devida citação da fonte (o nome do site) e o nome do jornalista autor do texto (Terry Marcos Dourado).

Tem muita gente de olho na maior cadeira do poder político de Jataí cuja vaga será disputada em outubro de 2008. Mas a “briga eleitoral” deverá se concentrar em duas forças. De um lado, o Partido da República (ex-PL), tentando reeleger o prefeito Fernando Henrique Peres. De outro, o PMDB tentando voltar ao poder com a quase certa candidatura do engenheiro civil Humberto de Freitas Machado, que deverá tentar um terceiro mandato de prefeito.

Informações de bastidores afirmam que dona Maria Abadia Machado, por estar muito revoltada e decepcionada com os insultos e as críticas perniciosas e altamente destrutivas com acusações levianas direcionadas ao filho, teria feito um forte apelo emocional para que o ex-prefeito Humberto Machado não aceitasse, de forma alguma, uma nova candidatura a prefeito. Este, por sua vez, teria se comprometido em atender o apelo materno.
Caso o buxixo se confirme, restam ao PMDB duas alternativas para confrontar Fernando Peres: o atual presidente do Diretório Jataiense e deputado federal, Leandro Vilela Veloso ou o seu tio, o ex-senador e atual presidente do Diretório Estadual, Luiz Alberto Maguito Vilela. O candidato a prefeito de Jataí pelo PMDB será um mistério a ser revelado somente no primeiro semestre do próximo ano.

Mas, em se tratando de oposição ao atual governo municipal do prefeito Fernando Peres (PR), as surpresas não giram somente em torno da definição do candidato peemedebista a prefeito, mas em torno da escolha do(a) vice. Nomes como o da atual presidente do Legislativo, Soraia Rodrigues Chaves (PSDB) e do vereador Ediglan da Silva Maia (PSDB), que se dizem representantes da base de sustentação ao prefeito Fernando Peres, já estariam, segundo fontes de bastidores, xavecando com integrantes da cúpula do PMDB para concretizar uma aliança inédita entre PMDB e PSDB em Jataí, nas eleições de 2008. Um terceiro nome, também da “ala tucana” vem namorando há tempos os peemedebistas. Trata-se do atual vice-prefeito de Fernando Peres, o radialista Adilson Carvalho de Morais.
Parece inevitável que, dentre outros partidos, o prefeito Fernando Peres deva perder força política em 2008, com quase certa saída do PSDB da base de apoio ao seu governo. A debandada dos tucanos que participam do poder é algo praticamente certo, vez que o vice de Peres, Adilson Morais, não voltou a ter, na prática, um relacionamento amigável, harmônico e de parceria com o prefeito desde o retorno de Fernando Peres de viagem a Europa, em 2005.

A misteriosa Soraia Rodrigues

Quem freqüenta os bastidores da política jataiense sabe que Soraia Rodrigues Chaves, imagem pública à parte, não tem qualquer simpatia pelo prefeito Fernando Peres. O relacionamento de ambos é meramente “comercial” fortalecido por trocas de gentilezas e de favores. Basta recordar as polêmicas críticas que a parlamentar, hoje na Presidência do Legislativo, fez em 2005 e em 2006 direcionadas a secretários e à própria administração de Peres.
Outro momento de conflito entre eles foi quando da decisão para a direção da Universidade Estadual de Goiás (UEG) em Jataí. À época, o nome de agrado do prefeito era o da professora e ex-vereadora Elita Maria de Carvalho Lima. Argumentando ser dona absoluta do mérito da conquista da UEG para Jataí, Soraia Rodrigues Chaves chegou a exigir o cargo de diretora da unidade jataiense. A exigência não foi atendida por Fernando Peres, que nomeou o seu então secretário da Educação, José Severino da Silva Filho (à época, presidente do diretório local do PL, hoje PR), para o cargo. “Fula da vida”, Soraia Rodrigues chegou a mencionar que estava sendo vítima de retaliações do prefeito e do governo de FHP.
Verdade ou não, estranhamente, algum tempo depois, o vereador André “da Galera” Pires do Nascimento, do mesmo partido do prefeito, apresentou denúncias públicas envolvendo Soraia Rodrigues quando, esta, respondia pela Subsecretaria Regional de Educação. Após muitos “blá-blá-blás” no Plenário da Câmara e na mídia, bem como diversas reuniões secretas, o caso foi temporariamente abafado e, tempos depois, mais precisamente no final do ano passado, Soraia Rodrigues Chaves foi “escolhida” a nova presidente do Parlamento Jataiense, cargo que, até então era dado como certo para o colega Alcides “Cidão” Peregrino Fazolino (PTB). No momento, há rumores de que o “Caso Soraia” voltará à cena política jataiense a qualquer momento. Assim, não se assuste ao ver Soraia Rodrigues defendendo o candidato do PMDB à Prefeitura de Jataí, quiçá na condição de vice-prefeita na chapa peemedebista.

Ediglan Maia, o estrategista

Quem o conhece pessoalmente sabe que o advogado e vereador Ediglan da Silva Maia não é apenas um exímio orador, mas principalmente em 2005, quando foi presidente do Legislativo Jataiense, Ediglan Maia se revelou um forte dominador da arte de fazer política, do tipo que “bate e assopra” na hora certa e ainda faz seu oponente “lhe dever uma folha de couve”, como se diz na boa gíria popular.

Ediglan da Silva Maia é um dos (senão o maior) estrategistas da atual conjuntura política jataiense. Seu estilo polêmico e provocador friamente calculado para os momentos mais propícios nunca lhe colocou em situações que lhe fossem desfavoráveis, jamais teve sua imagem política arranhada e, atualmente, goza de um forte prestígio e carisma popular conquistado com o seu projeto “Câmara Itinerante” que, em 2005, realizou mais de 30 mil atendimentos públicos, chegando a atender, com serviços sociais e outros benefícios, muito mais gente e bairros do que o próprio prefeito Fernando Peres.
Diante desta realidade, o relacionamento político entre o vereador Ediglan Maia e o prefeito Fernando Peres tem sido estrategicamente comercial, ou seja, no bom estilo “bom para ambas as partes”. Diante do foco da mídia, o vereador continua cumprindo o seu personagem de membro da base de apoio ao Governo Fernando Peres.
Mas, fontes de bastidores garantem que o vereador Ediglan Maia, que entre 2005 e 2006 chegou a fazer publicamente ameaças de abandonar a base de FHP, inclusive no momento do “episódio Soraia Rodrigues e a direção da UEG local”, tem participado de reuniões privativas com lideranças do PMDB acertando detalhes de uma provável coligação para as eleições de 2008. Para garantir o apoio à eventual candidatura de Humberto Machado à Prefeitura de Jataí, Ediglan Maia teria colocado seu nome como vice, a exemplo do que já havia sido feito, segundo informações, pelo vice-prefeito Adilson Carvalho de Morais, seu colega de sigla.

Gênio e Geovaci tentam evidenciar seus nomes

Não é somente Ediglan Maia que tem lá suas estratégias para atrair o foco da mídia e a conseqüente atenção pública. Os vereadores Geovaci Peres de Castro e Gênio Eurípedes de Assis, ambos do PMDB, também têm sido especialistas neste quesito, principalmente quando direcionam críticas à atual Administração Muncipal.
Não é segredo público que Gênio Eurípedes de Assis, que foi vice-prefeito na segunda gestão de Mauro Bento e, mais recentemente, recebeu uma expressiva votação para deputado estadual, sonha em ocupar a cadeira maior do poder político de Jataí. Talvez por isso, ele tem produzido um mandato de vereador baseado em eufóricas polêmicas na forma de denúncias e críticas as quais ele próprio rotula de extremamente coerentes e éticas. Se tais atitudes vão surtir efeito nas convenções de 2008 do PMDB para a definição dos candidatos municipais, isso só o tempo dirá.
Mas tanto Gênio Eurípedes quanto Geovaci Peres poderá compor a chapa do PMDB na condição de candidato a vice-prefeito. Como a concorrência é grande, o máximo que estes deverão pleitear é um novo mandato de vereador.

Fernando Peres: situação tranqüila e, ao mesmo tempo, preocupante

Por mais que a mídia local tenta abafar o caso com reportagens e propagandas institucionais, a imagem do prefeito Fernando Henrique Peres e, por conseqüência, de sua administração, pode ainda não estar comprometida, mas está com fortes cicatrizes por conta de “abalos sísmicos” causados por equívocos cometidos por ele próprio no comando da prefeitura ou pelos “astros e estrelas” que formam o seu time de assessores (exceções à parte, muitos há que tentam brilhar em seu cargo mais que a estrela do prefeito!).

Fernando Henrique Peres tem propagado ser o feitor de muitas obras em Jataí, mas se esquece de dizer que todas elas, ou pelo menos as maiores só foram possíveis porque ou o Governo Federal ou o Governo Estadual liberou verbas específicas para a concretização das mesmas. Portanto, nenhuma obra realizada em Jataí, de 2005 para cá, tem a assinatura puramente única e legítima do prefeito. Mesmo assim, Peres insiste que tem cumprido todos os seus compromissos de campanha.
Eleito pela maior coligação política (nove partidos) da história de Jataí, o prefeito Fernando Peres, em tão pouco tempo, conheceu o antagonismo deste fato ao ser, por três vezes, fortemente vaiado e verbalmente hostilizado em eventos públicos diante de expressiva massa popular. Sem “dar o braço a torcer”, Peres justifica tais episódios como “baixarias cometidas por adversários” na intenção de desestruturá-lo e enfraquecê-lo para o pleito eleitoral de 2008.
Embora na mídia local, o prefeito Fernando Peres tenha se mostrado indiferente aos manifestos contrários ao seu governo e às críticas de que a cidade está mal governada e de que sua gestão está decepcionando o povo, é notório que Fernando Peres tomou algumas atitudes emergenciais, a exemplo da retomada do atendimento ao povo em seu gabinete, aparentemente tentando restabelecer o forte prestígio popular que o elegera prefeito em 2004.
A verdade é que a Administração Fernando Peres é uma “bomba-relógio” que poderá explodir contra o próprio prefeito a qualquer momento, pois trata-se de um político que chegou ao cargo de prefeito com o apoio da maior coligação política da história do município. Em se tratando de coligação, é notório o “feirão de trocas” em compromissos que se fazem para garantir alianças e chegar à vitória. Assim sendo, o prefeito FHP enfrentou muitas dificuldades para cumprir tais compromissos com os partidos que lhe apoiaram e lhe deram a vitória nas urnas em 2004. Mas, nem todos os compromissos foram cumpridos ou foram cumpridos com total satisfação. É aí que mora o perigo da “detonação da bomba” no ano que vem. Não é somente o PSDB que deverá, no momento certo, abandonar o barco de FHP e migrar para o barco do PMDB ou de uma coligação “terceira via”, outras siglas deverão encontrar “melhores vantagens” em outros “ninhos”. Espere e verás, pois a política que se pratica no Brasil jamais foi baseada em coerências ou em impossibilidades.

Os prováveis candidatos a vice de Fernando

O empresário turístico e ex-prefeito Nelson Antônio da Silva (PPS), tem dito por ai que não quer saber de candidatura. Bem recentemente, bocas jataienses comentavam que o dono do apelido “negão da arapuca” deveria se candidatar a vereador, o que seria uma atitude estranha, pra não dizer bizarra, vez que o perfil de Nelson Antônio foi o de prefeito realizador de obras, mesmo que estas não fossem totalmente concluídas ou concluídas sem qualidade total. Se Nelson Antônio não optar por uma nova candidatura-coringa de “terceira via”, como fez em 2004, ao compor chapa com o empresário Evaristo Anania de Paula (PPS), estes abandonaram o pleito no momento certo e transferiram apoio para o candidato com maior chances de vitória, Fernando Peres, gesto que rendeu futuras vantagens para ambos (Evaristo, tornou-se Secretário Municipal de Esportes e Turismo; Nelson Antônio conseguiu investimentos municipais em seu complexo turístico “Clube Hotel Fazenda Recanto das Águas”, da ordem de R$ 30 mil.); Nelson Antônio poderá ser o candidato a vice na chapa de Fernando Peres. Isso, se o vice não for Evaristo de Paula.
Sem muito espaço político, sobram os empresários Mauro Antônio Bento Filho e Saul Ferreira de Moura Filho (ambos do PP, do governador Alcides Rodrigues). Para garantir o valoroso apoio político e
administrativo do governador Alcides Rodrigues a um eventual segundo mandato, Fernando Peres poderá articular para que Saul Moura Filho ou Mauro Bento Filho possa ser seu vice, formando assim a chapa PR/PP como candidato “da situação” à Prefeitura de Jataí. O problema é que o herdeiro do finado Mauro Bento já está tentando, discretamente, angariar apoio para uma candidatura a prefeito, não a vice.

Outras candidaturas se formam na surdina

Como a política é muito dinâmica e momentânea, muita coisa vai mudar até o início das convenções municipais em 2008. Outras candidaturas a prefeito, que no momento estão incógnitas, vão surgir. Partidos como o PT e o DEM (ex-PFL) permanecem discretos nas conversações com vistas a formar composições para o pleito municipal do ano que vem. Mas, seja quem for os prefeitáveis destes (e de outros partidos) dificilmente irá ter peso e força política suficientes para alterar o foco da disputa municipal em Jataí para 2008 que será concentrado entre Fernando Peres (PR) e Humberto Machado (PMDB), aliás, este pode-se dizer que seja o duelo mais aguardado e desejado pelo eleitorado jataiense. Resta saber se Humberto Machado vai enfrentar mais este desafio ou, atendendo a um suposto pedido da mãe, irá “fugir da raia”. Aguarde os próximos capítulos das tramas (e tramóias”) da política jataiense.
Por Terry Marcos Dourado

Imagens (Arquivo Eldorado)
1) Arte com fotomontagens, por Terry Marcos Dourado; 2) Humberto Machado; 3) Leandro Vilela; 4) Maguito Vilela; 5) Soraia Rodrigues; 6) Ediglan Maia; 7) Adilson Morais; 8) Geovaci Peres; 9) Gênio Eurípedes; 10) Fernando Peres; 11) Nelson Antônio; 12) Evaristo de Paula; 13) Mauro Bento Filho; 14) Saul Mora Filho.

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